Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto está inserido no programa Plan Verde do Ministério de Habitação e Urbanismo do Chile e o Parque Metropolitano de Santiago. A ideia é aumentar a quantidade de áreas verdes por habitantes na zona sul da cidade, a qual é muito baixa se comparada a padrões internacionais. "Uma cidade amigável" deve ter entre 9 e 10 metros quadrados de áreas verdes por habitante. Santiago conta com menos de 5 e a zona de San Bernardo, aproximadamente 2,8.
Em conjunto com os profissionais do Parque Metropolitano e uma equipe multidisciplinar, desenvolveu-se 37 hectare do Cerro Chena, o plano diretor do Futuro Parque Metropolitano Sul. Cinco etapas foram consideradas, que serão desenvolvidas em aproximadamente 10 anos e mesclará tanto atividades esportivas e outras, como culturais e religiosas. Contará com o plantio de espécies nativas, áreas de pique-nique, esportivas, de meditação e terraços. Além disso, será criado um Centro de Educação Ambiental, com um auditório e escritórios, onde se ensinará sobre animais e plantas da região.
A primeira etapa, construída por razões de segurança antes do florestamento, é o edifício de acesso e controle a norte, que inclui uma zona de informações e exposicão, um mirante, serviços sanitários e uma cafeteria.
Os edifícios de acesso, a pedido expresso do cliente, deveriam ser responsáveis por dar identidade ao parque. No lugar de criar uma nova imagem, deveria ser algo representativo, que fizesse parte do inconsciente coletivo, algo que as pessoas associassem o Cerro Chena.
Foi aí que surgiu o tema das ruínas de Pucara de Chena (construções militares-religiosas do Império Inca localizadas nas encostas do morro), como um elemento ser resgatado como imagem do futuro parque.
A partir daí, e evitando cair no literal, concentramo-nos na condição matérica do Pucara e a relação com este centrou-se na utilização da pedra como material construtivo.
A intenção foi utilizar a pedra não como as grandes paredes opacas de alvenaria existentes de Pucara, mas como delgadas paredes translúcidas de 10 cm para permitir a luz através dos vazios. Assim, o edifício é totalmente resolvido através de prateleiras de aço, preenchidas com pedras, nos módulos 1 e 0,5 x 3 metros x 3 metros.
Além da relação óbvia que é estabelecida com o Pucara existente, o uso de pedra como material de construção, busca refletir a passagem do tempo sobre suas paredes. Que a natureza seja capaz de re-formar a obra acabada, com o aparecimento de musgos, cipós e oxidação entre as pedras, aparecendo diferentes pátinas que falam da passagem do tempo como uma estratégia quando integrada à paisagem.